Spurs Brasil entrevista Tiago Splitter
Traduzido para o inglês (English version)
Tiago Splitter se apresentou na última segunda-feira (4) à Seleção Brasileira comandada por Rúben Magnano. A equipe inicia os trabalhos de preparação para o Pré-Olímpico de Mar Del Plata, que será disputado em setembro. Na terça, foi dia de realizar exames médicos, e o Spurs Brasil aproveitou para bater um papo com o pivô.
Ele falou sobre sua primeira temporada no San Antonio Spurs, o locaute e a expectativa para a competição na Argentina, que pode colocar o Brasil de volta em uma Olimpíada após 16 anos de ausência. O resultado do bate-bapo vocês podem conferir no texto a seguir, ou então em áudio no player que aparece ao final desta entrevista.
Spurs Brasil – Qual o balanço que você faz da sua primeira temporada com o San Antonio Spurs?
Tiago Splitter – Eu comecei com um problema de lesão, vim bastante desgastado da minha temporada na Espanha e em sequência teve o Mundial, que eu não pude jogar 100%. Isso pesou muito na pré-temporada e recaiu em uma lesão justamente quando eu estava começando minha carreira na NBA. Mas felizmente eu pude me recuperar, pude ajudar o time em alguns momentos da temporada. Talvez eu não tive os minutos que eu queria, mas é normal na condição de novato que eu era e jogando em um time conservador, do Popovich, eu acho que isso é uma coisa normal e eu aceito a decisão dele. Eu espero continuar melhorando. Acho que tanto dentro como fora das quadras aprendi muitas coisas e espero continuar melhorando na próxima temporada, estar um pouquinho mais ativo nos jogos e poder ajudar o Spurs a ganhar mais jogos.
SB – Como é trabalhar com o Popovich? Como é a relação com ele dentro e fora de quadra?
TS – Ele, dentro da quadra, é um cara muito exigente, pede muito as coisas do basquete. Acho que isso é normal e é necessário, dentro do grupo, ter um líder como ele no Spurs. Fora da quadra, excepcional. Todo mundo me tratou bem, não só ele, mas fui bem tratado desde o primeiro dia e me sinto realmente bem em San Antonio, como se eu estivesse em casa. Espero poder estar lá muitos anos ainda.
SB – Como é a sua relação com o Tim Duncan? Ele tenta te ensinar algumas coisas? O que você já aprendeu com ele nesta temporada?
TS – Ele é um dos grandes jogadores da história da NBA, isso daí ninguém discute. Para mim foi muito gratificante jogar com ele, aprender a atitude que ele tem tanto fora como dentro da quadra. Eu acho que, neste aspecto, a gente até é parecido. Espero poder contar com ele pelo menos mais um ano, que ele tem de contrato. Obviamente que ele não é mais o garoto de 22, 23 anos quando estava melhor fisicamente, mas ele ainda tem muito basquete, conhece o jogo mais do que ninguém e espero que ele possa ajudar este ano com sua experiência na NBA, não só a mim, mas aos outros jogadores.
SB – E o Manu Ginobili? Provavelmente ele estará no Pré-Olímpico e vocês, que estão acostumados a jogar juntos, terão de se enfrentar. Como será para você enfrentar um companheiro?
TS – Realmente ele é um jogador diferenciado. Acho que é o único jogador no mundo que tem Euroliga, NBA e Olimpíada como títulos… Então, realmente é difícil parar ele. Mas acho que tanto eu como o Rúben (Magnano) trabalhamos com ele e os demais jogadores da Argentina, então vamos ter que ralar bastante para defender eles e ganhar deles lá na Argentina.
SB – De que forma essa sua participação na Seleção pode te ajudar em San Antonio? Não houve nenhum tipo de impedimento por parte do Spurs? De que forma a equipe lida com a questão de ceder seus jogadores para as seleções nacionais?
TS – Eu acho que ninguém gosta que o seu jogador, que está no seu time, jogue com a sua seleção nacional. Mas eles respeitam minha decisão, sabem que eu tenho vontade de jogar com a seleção. Acho que todo mundo já estava mais ou menos consciente da situação que ia existir do locaute, então é também uma forma de eu me manter dentro do basquete, me manter em forma e com a mentalidade de jogador de basquete, não só estar treinando individualmente em uma quadra. Então poder estar jogando jogos importantes e decisivos também vai ajudar na minha carreira.
SB – Com o locaute sendo decretado oficialmente, uma questão polêmica era a do seguro dos jogadores. De que maneira isso foi resolvido para você estar aqui servindo a seleção?
TS – Bom… Eu não vou falar qual foi a maneira, mas foi resolvido. Essa é a questão e é por isso que eu estou aqui. Faz tempo que a gente está atrás disso e foi resolvido.
SB – Com o locaute instalado, ninguém ainda tem muita certeza do que vai acontecer. Existe a possibilidade de os atletas voltarem a atuar em equipes da Europa, ou voltarem a jogar em seus países, ou em outras equipes? O que os jogadores sabem a respeito desse assunto?
TS – Realmente a gente não sabe em que data a NBA e a associação de jogadores vão entrar em um acordo, isso não existe. Realmente existe uma incerteza muito grande ao redor disso e está tudo muito no ar. É claro que existe a possibilidade de você ir jogar na Europa, ou você vir jogar no Brasil, na China ou onde seja. Mas a minha mentalidade, no momento, é continuar no San Antonio Spurs. Acho que eles esperaram bastante por mim depois do Draft e eu quero respeitar isso, quero continuar lá. Vou trabalhar, depois da seleção, individualmente até a volta para estar pronto e estar em boas condições para a próxima temporada.
SB – No Pré-Olímpico, o que você espera do seu rendimento em quadra? Você e o Marcelinho Huertas talvez sejam os dois principais nomes desta Seleção e vêm com essa responsabilidade de liderar o time. Então, como vão lidar com essa responsabilidade? Ainda existe aquele entrosamento entre vocês da época que atuavam na Espanha?
TS – Com certeza. Eu acho que existe o entrosamento. A questão da responsabilidade, acho que é natural. Isso com o tempo acontece. Em outros anos eu era o 12º jogador, mas hoje em dia existe um peso diferente na seleção e a gente tem que tomar isso com naturalidade. A gente joga em um esporte coletivo, mas obviamente cada jogador sabe a sua responsabilidade dentro da quadra e eu sei qual vai ser a minha. Então, junto com o técnico, a gente vai formar um time capacitado para chegar bem ao Pré-Olímpico, e que todo mundo saiba o seu papel direitinho dentro de quadra.
Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
Publicado em 06/07/2011, em Entrevistas. Adicione o link aos favoritos. 9 Comentários.
Cara, Spurs Brasil se superando mais uma vez. Impressionante a dimensão que está o blog, com conteúdo de qualidade que é difícil de encontrar até nos grandes portais de basquete. Dá um baita orgulho de ter estado no começo de tudo e de alguma forma ter contribuído para isso. O trabalho de vocês está sensacional, de verdade. Essa entrevista com o Splitter é mais uma prova disso, parabéns mesmo!
E falando no Splitter, muito bom saber que temos um jogador com esse quilate de caráter não só no nosso time, mas também defendendo a Seleção. Bato faz tempo na tecla de que não Nenê e nem Leandrinho, mas sim o Tiago é o cara do Brasil. Não só pela qualidade técnica absurda em regras Fiba, mas também por sempre mostrar uma vontade absurda de defender o país, seja em competições de alto valor como Mundial ou em classificatórios como os Pré-Olímpicos. Sensacional, de verdade.
Obrigado Léo, você faz parte da história do blog e é um dos grandes responsáveis pelo nascimento dele. Estamos sempre buscando o melhor para todos que gostam de ler nosso blog.
Eu achoq o Splitter vai vim voando nesse Pré-Olímpico, já que jogou menos tempo do que está acostumado na Europa. Ele e o Huertas são os nomes do Brasil que podem levar o tiem novamente as Olimpíadas. Vou torcer muito.
This is really great stuff! A must read for all Spurs fans, that’s the reason why I used it to post in my site and translate it in English. Again thanks guys and by the way, I already added a link to your site in my blogroll.
Mitaram
Melhor Blog de Basket do Brasil…
O Tiago é muito focado…
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