Brasil cai diante da Argentina; Manu é o único Spur a avançar

Depois de uma grande primeira fase, o Brasil e vários jogadores dos San Antonio Spurs — Tiago Splitter, Tony Parker, Boris Diaw, Nando De Colo e Patrick Mills — foram eliminados nas quartas de final, a primeira fase do “mata-mata” das Olimpíadas de Londres-2012.

O dia começou com um duelo muito equilibrado entre Rússia e Lituânia, no qual os russos, que haviam conseguido a classificação em primeiro do grupo B, que teve Espanha e Brasil, tiraram os lituanos pela primeira vez das semifinais olímpicas desde 1992. O jogo teve o placar apertado durante os 40 minutos, e acabou com vitória por 83 a 74 dos russos, liderados por Andrei Kirilenko, que terminou a partida com  19 pontos, 13 rebotes, três assistências, três tocos e três roubadas de bola.

Em seguida, veio a partida entre espanhóis e franceses. O placar foi apertado durante todo o duelo, que teve liderança francesa durante os três primeiros quartos, com a Espanha virando no último período, fazendo 15 pontos contra seis do rival. Tony Parker anulou José Calderón e foi bem marcado por Sergio Llull. Boris Diaw fez uma grande partida, com 15 pontos (assim como Parker), mas acabou ficando fora por muito tempo (diferentemente do armador). Nando De Colo, outro jogador da franquia texana, teve péssima atuação, forçando demais nos momentos decisivos. Pelo lado espanhol, Pau Gasol fez um double-double, com dez pontos e 11 rebotes, e seu irmão, Marc, anotou 14 pontos e oito rebotes. Junto com Juan Carlos Navarro e Rudy Fernandez (12 e nove pontos, respectivamente), os pivôs levaram a fúria para as semifinais com a vitória por 66 a 61.

No jogo dos favoritos ao ouro, os estadunidenses despacharam a Austrália do armador do Spurs, Patrick Mills, cestinha da partida com 28 pontos. LeBron James liderou os comandados de Coach K com seu primeiro triple-double nas olimpíadas (11 pontos, 12 assistências e 14 rebotes).

Mas quem pensou que o jogo seria fácil se enganou. Os australianos deram trabalho durante os primeiros dez minutos e, principalmente, no início do terceiro quarto da partida, quando chegaram a fazer uma sequência de 11 a 0, diminuindo a vantagem americana para dois pontos. No último período, entretanto, os norte-americanos dispararam e abriram uma ótima vantagem, fechando o jogo em 126 a 97.

Já para o Brasil não deu. O time jogou bem no primeiro e no último quarto contra a Argentina. O restante da partida foi sofrível, o que deu aos maiores rivais de nossa seleção a vaga nas semifinais. Como de costume, Marcelinho Huertas comandou o time, seguido por Leandrinho. Com o armador fazendo 13 pontos no primeiro quarto e os argentinos entrando em conflito com faltas, nosso time acabou com vantagem, apesar da mão calibrada de Carlos Delfino. Os argentinos, também liderados por Manu Ginóbili, astro do Spurs, e Luis Scola, fizeram dois tempos muito bons, chegando a abrir 15 pontos no meio do terceiro quarto.

Os brasileiros tiveram um desempenho ruim na linha de lance livre, com apenas 42% de acerto, o que custou a vitória. Chegando no último quarto dez pontos atrás, o Brasil mudou seu comportamento — Leandrinho comandou essa transformação. Com arremessos de três pontos e bandejas, o ala-armador do Indiana Pacers conseguiu tirar a vantagem para três pontos, faltando dois minutos para o fim.

Marcelinho Huertas tentou um arremesso desequilibrado da linha dos três e a bola apenas triscou o aro. Ginóbili, por sua vez, converteu dois lances livres. A partir daí, o jogo se resumiu a um Brasil arremessando e fazendo faltas para parar o cronômetro, o que não foi suficiente para tirar a vitória argentina por 82 a 77.

Depois de 16 anos de espera, o Brasil encerrou sua participação nas Olimpíadas com quatro vitórias e duas derrotas. O dia termina com aquele gosto de que era possível fazer mais. Agora, só resta lamentar os erros nestes jogos e lembrar dos bons momentos. O importante é focar na Copa América  — ano que vem— no Mundial de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

As semi-finais acontecerão na Greenwich Village Arena na sexta-feira, e os duelos serão entre Rússia e Espanha e Estados Unidos e Argentina.

Publicado em 08/08/2012, em Brasil, Londres 2012, Notícias. Adicione o link aos favoritos. 5 Comentários.

  1. Gustavo Alves

    Só falta um “Manu” para a seleção brasileira. Não ter alguem de confiança para colocar a bola debaixo dos braços e resolver o lance é muito triste. O time só perde por causa disso, tirando os lances livres, né? heheheh
    Gostei de ver, de toda forma, a seleção jogando. Jogou de igual para igual durante todo o tempo. Deu orgulho ver esse time jogar

  2. Silas Barboza de Sousa

    Parece que eu fui um dos poucos neste país que acertei qual seria o paradeiro da Seleção brasileira nestas Olimpíadas no Basquete.Acima da paixão com coeso coeficiente da razão,apenas conclui pelo óbvio,o Brasil não teria chances alguma de passar por USA,Espanha,França,Argentina,Rússia e assim em diante.Estamos hoje no mesmo nível mundial da Austrália porém com um pouco mais de repertório.
    Justiça seja feita neste blog,quando afirmei que jamais gostaria de ver o Huertas na NBA,concluíram que não sabia de nada de NBA,mas hoje vemos o qual inexperiente o mesmo é….
    Quanto a Argentina não tenho o que falar de um país que hoje nos superou no Futebol,basquete e na organização social de um país..só tenho que elogiar;;;pois em 500 anos ainda não somos uma civilização..enquanto eles sim são uma civilização….não vivendo em regimes tribais como nós..(na época do uga Uga).Parabéns Manu,sempre que vou a sua cidade natal mando um recado para ti…Parabéns…e vale como lição ao Brasil…não compensa atropelar as coisas..temos que crescer no caráter…mentalmente e desportivamente….ou seja aposte mais 500 anos na terra do Uga Uga…

    • Concordo absurdamente sobre o Huertas. Ele é muito habilidoso e tem visão de jogo. Mas mostrou que não sabe LER o desenrolar do jogo. A Argentina armou uma arapuca e ele caiu nela com toda a felicidade do mundo.
      O Huertas é muito bom tecnicamente, mas experiência também conta muito. O Brasil todo mostrou que o psicológico de TODOS os nossos atletas olímpicos ou não, independente de modalidade, é muito fraco.
      Havia condições técnicas de passar à semi. Mentais, não.

  3. não sendo eu brasileiro, acho que era quase impossivel o Brasil ganhar uma medalha tendo em conta as seleções dos EUA, França, Argentina e Rússia e mesmo ganhar a Australia seria dificil (acho que o Brasil tem melhores jogadores, mas a equipa do Patrick Mills mostrou grande alma, vontade e qualidade).
    espero agora a continuação de um bom torneio por parte da Argentina e gostava que ganhassem por causa do Ginobili, que é sem duvida alguma um dos melhores jogadores do mundo.

  4. Perdemos pelos lances livres e por três ou quatro lances em que tanto o Nenê quanto o Alex, que estavam sozinhos em baixo da cesta, erraram bandejas que eram fáceis.

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